Assim como toda a sociedade, o ambiente escolar vem sofrendo inúmeras mudanças
na última década. Esse nova realidade é devida ao surgimento e à popularização
da Internet e, principalmente, dos dispositivos digitais (celulares, tablets,
notebooks etc.).
Portanto, considerar a utilização de ferramentas tecnológicas e
digitais durante o processo de ensino e aprendizagem é o mesmo que levar pra
dentro da sala de aula uma parte do contexto cotidiano destes alunos, ou seja, a
escola põe em prática estratégias pedagógicas centradas na realidade dos alunos.
Vivemos em uma sociedade com constantes mudanças tecnológicas e novas
experiências sociais. A diversidade cultural nas empresas e escolas tem
aumentado devido ao fenômeno migratório produzido nos últimos anos. Desse modo,
nos questionamos: Como se deve dar a gestão da diversidade no ambiente escolar?
E quais os desafios da diversidade e das novas TICs na sociedade atual? Como
trabalhar com esses temas a fim de beneficiar alunos e professores? E por fim,
qual seria o papel da gestão escolar nesse contexto?
Com a intenção de
contribuir com a discussão e a problematização do tema sobre a valorização da
diversidade e utilização da tecnologia nas escolas, o presente artigo pretende
levantar algumas questões sobre a temática.
Iniciaremos nossa discussão
abordando sobre o papel relevante da diversidade no que concerne à criação de
culturas e ao desenvolvimento de atitudes com vistas a uma melhor convivência e
de respeito entre todos os grupos da sociedade.
Conceituando o termo
Diversidade, podemos dizer que é tudo aquilo que apresenta diferentes concepções
ou tudo que se diferencia de si. Em nosso dia a dia nos deparamos com pessoas
das mais variadas culturas, classes sociais, gênero, religiões e opiniões
totalmente distintas das nossas e, muitas vezes somos desrespeitados por sermos
quem somos. Assim, de acordo com Fleury (2000), a diversidade pode ser entendida
como o resultado da interação de indivíduos que convivem no mesmo sistema
social, porém com identidades distintas.
Neste mundo multicultural, crianças e
adolescentes precisam experimentar a diversidade fora de seus ambientes de
origem, pois, muitas vezes, dentro do ambiente familiar torna-se impossível
vivenciar tanta variedade como existe na sociedade. Sendo assim, as escolas
oferecem uma grande oportunidade para os indivíduos, principalmente as crianças,
terem interações positivas em um ambiente multicultural. Isto porque o ambiente
escolar possui uma diversidade enorme, pois neste espaço é possível se deparar
com indivíduos de várias regiões do país, com sotaques distintos, gêneros,
etnias, religião, gostos musicais e famílias com formatos variados entre outras
particularidades.
Quando uma criança fica restrita ao convívio familiar, acaba
por ter contato apenas com pessoas da mesma religião, etnia, sotaque, e muitas
vezes não surgem situações grandemente diferentes. A oportunidade de ter uma
escola que valorize a diversidade cultural é, para essa criança, a oportunidade
de treino para a vida real, para a vida adulta.
Então é imprescindível para o
desenvolvimento social que a criança conviva com a diferença pois os adultos
possuem seus preconceitos, suas informações pré-concebidas, em relação às
diferenças. Geralmente já possuem aquela ideia sobre uma determinada etnia, um
sotaque, uma forma de organização familiar. Já a criança, é totalmente
desprovida desse preconceito, pois enxerga o ser humano no seu âmago, na sua
organização como pessoa. Tem satisfação ao brincar com crianças diferentes,
independente do seu sotaque, da cor da pele e, às vezes, mesmo sem entender o
idioma, elas são capazes de interagir, brincar, ensinar umas as outras e de,
desta forma, também se desenvolver.
Em um mundo multicultural e globalizado,
crianças e adolescentes precisam experimentar a diversidade fora dos seus
ambientes de origem. Assim, as escolas oferecem uma grande oportunidade para que
as crianças tenham interações positivas em um ambiente multicultural, fazendo
com que essas experiências contribuam para uma melhor compreensão e apreciação
da diversidade cultural.
Quando alunos percebem que nessa diversidade é possível
encontrar pessoas com valores e princípios diferentes, mas pessoas que se
completam, essa vivência acaba proporcionando uma formação muito mais abrangente
e democrática.
Diante desse cenário, qual seria então o maior desafio para a
educação?
O desafio está ligado à inserção de novas tecnologias no processo de
ensino-aprendizagem, que é um obstáculo para muitos professores em sala de aula.
Outro ponto é a falta de recursos e de infraestrutura das escolas. Há também o
despreparo dos professores e da equipe pedagógica em trabalhar essas novas
tecnologias em sala de aula. E por fim, o caso de materiais didáticos utilizados
chegarem por imposição e não por escolha dos professores, fatores estes que
fortalecem ainda mais a barreira entre tecnologia e educador.
As escolas que
vislumbraram esse cenário se anteciparam desenvolvendo condições para associar
os recursos tecnológicos e digitais ao processo educativo, auxiliando na
formação de cidadãos éticos, críticos, autônomos e empoderados através de
práticas e metodologias pedagógicas dinâmicas. Outro aspecto observado é que a
escola precisa abandonar o modelo de educação no qual se espera alunos
homogêneos, e incorporar a diversidade. Pois é também na escola, onde as
crianças devem aprender a conviver com as diferenças, a deixar de lado todos os
tipos de preconceitos seja ele: racial, cultural, religioso, social, sexual,
entre outros. É nesse ambiente escolar que os alunos podem construir suas
identidades individuais e coletivas, exercitando o direito e o respeito à
diferença. Assim, cabe aos educadores auxiliarem e conscientizarem os alunos do
quão importante é aceitar as diferenças alheias, para um bom convívio social. E
a família deve fazer parte desse processo.
Concluindo, percebe-se que a gestão
da diversidade é um grande desafio para o educador, pois estão acostumados a
lidar com pessoas consideradas regulares, ou seja, alunos que compreendem no
primeiro momento em que o conteúdo é dado, por exemplo. Quando o professor
começa a lidar com alunos e contextos culturais diferenciados, sente-se
limitado, pelo menos inicialmente. Isso se justifica porque não é possível
alcançar esse aluno com as mesmas ferramentas e mesmos métodos que alcançariam
com os alunos regulares. Então, é preciso estar sempre se reinventando,
produzindo novas metodologias de ensino para tentar alcançar esses alunos. E
nesse processo, os alunos aprendem e os educadores também.
O papel do professor
é, antes de tudo, conscientizar-se da realidade multicultural que sua sala de
aula apresenta, para que suas ações correspondam a uma concepção crítica da
situação. A escola deve se adaptar ao aluno e não vice-versa. As diferenças
podem ser uma fonte de riqueza, conhecimento e um bom recurso no processo de
ensino-aprendizagem.
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